Edith Wisner esteve aqui
Não falei aqui que ia ser show esse programa sobre o maluco beleza?! Fale quem falar, mas a produção da Globo é impecável. Mais um momento pra gente guardar nos nossos arquivos e reviver sempre que quiser. Mas deixa eu contar uma coisa: quem disse que a ligação do Raul com a nossa cidade se dá apenas pelo Tributo em sua homenagem que todo ano acontece, numa realização do amigo Erivan "Seixas" Lima, fã número um do artista?! Quem pensa que as coincidências param por aí está enganado. Erinho sempre me falou dessa história e hoje, um dia após a exibição do especial, andando pelas ruas de Ceará-Mirim, eis que me encontro com o senhor Torquato (aquele antigo fotógrafo e funcionário da FNS). Consta nos nossos arquivos cerebrais (e escrito na revista PREÁ) que em meados da década de 60 morou aqui na nossa cidade a família da jovem Edith Wisner. Naquela época seu pai, um pastor evangélico, exercia suas funções numa igreja - hoje em ruína - situada à rua Melcíades Bandeira. Pois bem, essa jovem se engraçou do garotão Torquato. A história está confirmada. Não me contive e o abordei na rua, e ele foi de uma simpatia incrível. Contou que a Edith gostava muito dele e passaram a namorar. Apesar de ser filha de um pastor muito austero, a garota era meio assanhada, era louca por música e por pessoas ligadas ao meio musical. Seu ídolo - e isso apesar de evangélica - era Elvis Presley. Torquato era metido a cantor, e até compunha algumas canções. Uma dessas músicas ele cantou para mim e pude constatar que a sua memória está no grau pois ainda lembrou da letra. Sendo aquela família americana, fiquei curioso em saber como os jovens se comunicavam. Meu entrevistado falou que ela falava um pouquinho português e além do mais, agora eu concluo, que pergunta boba a minha, a linguagem do amor é universal e para aqueles pombinhos isso não seria obstáculo nenhum.
É, mas a menina tinha planos secretos que nem mesmo o seu pai, com toda a sua intimidade com o Divino Mestre e seus ensinamentos, desconfiava. Imagine que ela botou na cabeça do namorado a idéia de fugirem, e que ele, àquela época ainda sem emprego, não teria problema nenhum pois casando-se, um dia seria também pastor. Que garota astuciosa! Combinaram o dia e a hora da escapulida que teria se concretizado não fosse a intervenção de uma ajudante da casa da família que contou aos pais da donzela os planos dos jovens amantes. Quando se encontraram para fugir, chega o pai da moça em uma camionete prateada que mais parecia um zeppelin, arrasta a filha pelo braço e dá uma lição de moral em Torquato. Segundo ele, tudo em inglês, o que lhe fez não entender nada mas que, pelos gestos, concluiu se tratar de uma bronca feia. Daquele dia em diante não se encontraram mais. O pastor viajou com a família para Salvador, pois queria preservar sua filha das garras daquele jovem conquistador. Se fez bem, quem haverá de saber? Lá ela conheceu Raul Seixas e se casaram alguns anos depois. Nosso amigo daqui tem hoje uma família maravilhosa.
É, mas a menina tinha planos secretos que nem mesmo o seu pai, com toda a sua intimidade com o Divino Mestre e seus ensinamentos, desconfiava. Imagine que ela botou na cabeça do namorado a idéia de fugirem, e que ele, àquela época ainda sem emprego, não teria problema nenhum pois casando-se, um dia seria também pastor. Que garota astuciosa! Combinaram o dia e a hora da escapulida que teria se concretizado não fosse a intervenção de uma ajudante da casa da família que contou aos pais da donzela os planos dos jovens amantes. Quando se encontraram para fugir, chega o pai da moça em uma camionete prateada que mais parecia um zeppelin, arrasta a filha pelo braço e dá uma lição de moral em Torquato. Segundo ele, tudo em inglês, o que lhe fez não entender nada mas que, pelos gestos, concluiu se tratar de uma bronca feia. Daquele dia em diante não se encontraram mais. O pastor viajou com a família para Salvador, pois queria preservar sua filha das garras daquele jovem conquistador. Se fez bem, quem haverá de saber? Lá ela conheceu Raul Seixas e se casaram alguns anos depois. Nosso amigo daqui tem hoje uma família maravilhosa.
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Empolgado com a conversa, tentei convercer o senhor Torquato de me deixar contar sua história, com mais detalhes. Nesse momento ele desconversou e saiu de mansinho, dizendo que são coisas do passado, não vale a pena falar. Será mesmo?! Senti um pouquinho de melancolia em sua voz, talvez por reviver de forma tão inesperada, momentos bons de um tempo que não volta mais. Fica aqui o nosso agradecimento, amigo. E se um dia resolver falar mais um pouco das suas lembranças, serei todo ouvidos. Existe tanta gente sem história relevante que insiste em aparecer. Por que não pessoas assim como você que tem um passado limpo, de muita batalha e honestidade? Pois eu e meus amigos estamos aí, forçando a barra e quebrando o gelo. Vamos nós mesmos produzir a nossa história, como a do Tributo a Raul que foi o pioneiro nessa leva de homenagens aos nossos ídolos. "Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade." (Prelúdio -Raul Seixas)
Um comentário:
Que massa cara! valeu o resgate!
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