Nota dez para os professores

Mais um interpretando o rei

Já se passaram 50 anos daquele encontro no elevador que levada ao escritório da gravadora RCA Victor. Naquele momento o professor Cauby Peixoto quase aniquila com os sonhos dos Carlos. Roberto e Erasmo, cheios de planos e confiantes se dirigiam para uma reunião com o diretor artístico daquela indústria fonográfica. Roberto, com o violão na mão e um exemplar do seu primeiro 78 rpm, gravado na Polydor. Erasmo, que nem era tremendão ainda, com uma versão da música Marina, de autoria de Rocco Granata. Um sucesso italiano com seu autor. Conversa vai, conversa vem, enquanto subia o elevador, Cauby descobre que havia gravado uma rumba, sucesso garantido, uma versão sua para a música italiana Marina. Erasmo nem se deu ao trabalho de mostrar a sua letra. Voltaram para casa desolados. Roberto ainda deixou o 78 rpm para uma análise, que não teve retorno. Assim a RCA Victor deixara de contratar aquele que mais tarde se tornaria o maior vendedor de discos do país. Mas cada um seguiu seu desdino em busca dos seus sonhos.

Hoje Cauby Peixoto apresenta para nós brasileiros e fãs do rei um CD de canções da sua safra. Indiretamente talvez ele queira purgar-se de um antigo pecado. Cauby interpreta Roberto, traz  sucessos assinados pela dupla Roberto e Erasmo, uma façanha. Como ele conseguiu autorização não me perguntem porque eu não sei. Havia muito tempo Roberto não permitia tal coisa. Apesar de alguns jornais veicularem a informação de que a última pessoa a conseguir essa proeza foi a diva Maria Bethânia em seu extraordinário LP/CD As canções que você fez pra mim, lançado em 1993, nós, fãs mais exaltados (e bisbilhoteiros) bem sabemos que em 1998 o Agnaldo Timóteo também conseguiu aprovação do rei para também gravar o seu disco com belíssimas canções dos Carlos. Curioso ainda é que, Em nome do amor, esse é o título do disco do Agnaldo, traz uma pérola esquecida do cancioneiro do Roberto, A palavra adeus, canção que não foi lançada nos discos oficiais do cantor e sim na série As 14 mais. Cauby Peixoto além de nos brindar com conhecidos sucessos, surpreende ao escolher A volta, interpretada pelos Vips na década de 60 e só recentemente resgatada pelo rei para fazer parte da trilha sonora da novela América, da Rede Globo. Numa coisa eu concordo com a matéria que li no jornal: O grande disco de Natal do Roberto Carlos este ano não será do Roberto Carlos, será de Cauby Peixoto.

"Você é bom, tá legal / eu tô querendo te escutar

Você tem muito que aprender / vai escutar Cauby cantar.

Sai dessa onde, que seu barco tá furado

Tu tá rouco, tá cansado / como quem já se afogou.

Entra na nossa feijoada à brasileira

Cauby canta a noite inteira

E ele é o nosso professor"

(Vai escutar Cauby cantar - Benito Di Paula)

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Eu vou subir...

Quando assumi as postagens do blog Jovem Guarda Especial, depois de muito hesitar, eu estava atendendo ao convite do amigo de fé, irmão camarada, professor Edvaldo Morais. Sinceramente eu não tinha essa pretensão, como até cheguei a comentar com alguns amigos. Ao mesmo tempo me batia uma vontade danada de mostrar para as pessoas interessadas alguma coisa diferente, ou mesmo corriqueira, mas escrita de uma outra forma. Graças a Deus encontrei gente interessada nesses escritos. A prova é que estamos chegando na marca dos 5.000 acessos. Em se tratando de internet, é um número modesto. Mas eu gosto assim. Tem a ver com o blog. Sorrateiramente ele vai despertando nas pessoas algum interesse. Contribuindo com matérias e textos, além do sempre presente Tio Ed (Edvaldo), já conquistei mais um colaborador, o amigo José Flávio. Além, claro, dos web-leitores que muito contribuiram com seus comentários verdadeiros. E há promessas de mais gente boa chegando para essa viagem. Quero agradecer a todos que acessaram o JGE e se identificaram com alguma coisa nele. Agradeço também aos que ao visitá-lo viram que o seu conteúdo não tinha nada a ver com seus anseios e simplesmente o esqueceram. Para esses, como diria o meu amigo João André: um abraço!  Aos que permanecerem com a gente e aos que ainda virão uma certeza: colocarei todos vocês no mais alto andar do meu coração. Desejo a todos um Feliz Natal! Sem máscaras e, de preferência, sem panetones também.

Em tempo: máscaras só caem bem no carnaval e panetone se for oriundo de Brasília pode ser indigesto.