Enquanto a Invasão Britânica soprava nos ouvidos do Planeta como uma vuvuzela em meio aos protestos sociais nos anos 60 a serviço do rock and roll, com letras pungentes vociferadas por gargantas ferozes em favor revolução, no Brasil os arautos do iê-iê-iê eram considerados alienados. Pelo menos essa era a impressão nutrida pela extrema esquerda, como a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) – que teve como ilustre representante a atual presidenta Dilma Roussef. Os militares, por sua vez, não curtiam nem um pouco o ócio e o visual descolado daquela patota “rebelde”, com seus carros vermelhos, botinhas sem meia e cabelos na testa. Querendo ou não, a Jovem Guarda tinha um “que” de subversão. (embora seus seguidores não estivessem nem aí pra situação sócio-política do Brasil).
Porta-vozes do movimento, Roberto, Erasmo Carlos e outros mais, estavam era a fim de se dar bem com a mulherada em seus calhambeques ou carangas envenenadas, curtir uma praia, pegar um cinema e por aí vai. Otário era quem se metia na luta armada pra tomar porrada da polícia. O máximo que dava pra fazer era reclamar de alguma ofensiva anti-crivo (“pô, bicho! É proibido fumar?). Bem, se existissem gatinhas infiltradas nessas organizações, certamente Roberto Carlos e seus companheiros teriam aderido à luta. Mas, em meio a essa inocência disfarçada de sacanagem, surgiram belas músicas. E minha preferida na época era “Por isso corro demais”, com Roberto.
Texto de André Amaral (Musicomio)
Foto: Internet
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